Na Bister Rromalê... Nunca Esquecer... Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto

 



A
Resolução A/RES/60/7, aprovada na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1 de novembro de 2005, não apenas estabelece o dia 27 de janeiro como o “Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto”, ela também rejeita qualquer tipo de negativa da existência do Holocausto.

Todo ano, no dia 27 de janeiro, “Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto” ou “Dia Internacional da Lembrança do Holocausto”, a humanidade é chamada a não esquecer jamais o genocídio, o assassinato intencional em massa, o crime monstruoso, a abominação do holocausto ocorrido durante a Segunda Grande Guerra Mundial.

A humanidade não poderá jamais esquecer de contar sempre, continuamente, aqueles crimes cruéis, a miséria humana, as odiosidades, os atos insanos e brutais praticados durante o holocausto pelo homem contra o homem. (Carlos Magno Dias)

Esquecer o passado não é uma opção, não há escolha. O luxo da lembrança. A lembrança que devora as forças, nos retira a dignidade, nos leva para um lugar sem alegria e sem senso de unidade. Nos separa. Daquelas famílias diretamente afetadas, poucas se levantaram, vieram os sobreviventes, ainda pequenos ou os que conseguiram fugir o mais longe possível – esse foi o caso do Brasil.

Ao final da 2ª Guerra e do Genocídio dos Roma e Sinte, muitos enlouqueceram, outros migraram para países da América Latina em maior número, alguns tiveram seus braços familiares totalmente extintos e outros apenas um sobreviveu. Após os anos de morte, os mais velhos mudaram o olhar, alguns morreram de desgosto e tristeza e outros reconstruíram suas identidades, mudando sobrenomes ou reorganizando suas estratégias de sobrevivência.

Não há lugar seguro, quando fingimos não ver ou não compreendemos o quão perto de todos/as nós, está o genocídio dos tempos modernos. Não há distância segura.

Tão pouco está relacionado apenas aos judeus, o que erroneamente é sempre divulgado. A etnia que mais pereceu, ainda luta pelo reconhecimento da sua humanidade naqueles tempos sombrios, suas vozes e suas referências familiares são cotidianamente atacadas e seu sofrimento ainda diminuído. O esforço mundial pelo reconhecimento do Povo Romani e sua terminologia é um exemplo real.

Muitas pessoas, no Brasil e nas Américas, começaram a ampliar esse olhar e compreender toda a herança nefasta e de separatismo que tal apagamento causou. Os números dos Roma e Sinte mortos nesse período não param de crescer e mais campos de concentração aparecem. Jamais saberemos o total de vidas perdidas, porque muitos foram assassinados em meio a florestas e em valas coletivas, mas, eram pessoas, filhos de alguém, irmãos de alguém, pais de alguém, eram sangue do nosso sangue.

Para que jamais aconteça novamente é preciso um esforço humanista de todos nós, para que possamos compreender que a vida humana independe da etnia, da cor da pele, da religião, do gênero, da condição física ou mesmo do seu posicionamento político.

Ainda não acabou ...

Essa chama ainda precisa estar acesa em nossas mentes, nossos corações e em nossas lutas cotidianas, nos países e em alerta constante contra governos ultraconservadores.

Não custa lembrar, tudo começou com um simples discurso de ódio.

#HolocaustoNuncaMais

#ProtejaOsFatos

#DigaNãoÀDistorção