Os
números de registros no Cadastro Único para Programas Sociais de pessoas que se
autodeclaram pertencer a Grupos Populacionais Tradicionais e Específicos
(GPTE), marcação família cigana, mês de referência julho de 2023, são indicadores
que permitem conhecer a realidade socioeconômica dessa parcela da população
étnica brasileira.
Os
dados revelam que do total 32.638 pessoas cadastradas, 60% vivem na extrema
pobreza, 7% na pobreza, 11% com baixa renda e 22% acima de ½ salário mínimo.
As condições de moradia dessas pessoas são identificadas pelo material predominante nas paredes externas do domicílio:
- Alvenaria/tijolo com revestimento = 14.748;
- Alvenaria/tijolo sem revestimento = 4.233;
- Madeira aparelhada = 252;
- Taipa revestida = 235;
- Taipa não revestida = 341;
- Madeira aproveitada = 101;
- Palha = 68;
- Outro Material = 1.278;
- Sem Resposta = 11.382.
Observa-se
o registro total Brasil de 19.501 pessoas vivendo na extrema pobreza, sendo 56%
na região nordeste, 27% na região sudeste, 10% na região centro-oeste, 6% na
região sul e 2% na região norte. E deste total Brasil, 91% (17.805) são
beneficiárias do Programa Bolsa Família.
Encontram-se
na pobreza, o total Brasil de 2.225 pessoas, com 32% de registro na região
sudeste. E deste total Brasil, 84% (1.873) são beneficiárias do Programa Bolsa
Família.
Cabe-nos
salientar que por trás de cada número existe uma pessoa, sendo assim,
precisamos compreender que: i] tais dados não esgotam o abismo social
existente; ii] não representa números totais do Povo Romani no Brasil e tão
pouco deve representar um mecanismo de substituição do Censo demográfico dessa
parcela da população étnica brasileira. (Cavalcante e Costa, 2023)
Quando
trazemos dados dessa parcela e de sua realidade, abrimos novos olhares que nos
possibilitam pensar indicadores específicos para a educação, saúde, trabalho, como
direito humano indivisível.
Saiba mais...
Acesse a publicação “Controle
e Participação Social: Uma Análise dos Dados do Programa Bolsa Família, julho
de 2023”