O Dia Nacional do Cigano, 24 de maio, instituído
pelo Decreto Presidencial de 25 de maio de 2006.
Esse marco legal é o reconhecimento do governo
brasileiro da autodeterminação identitária cultural do Povo Romani (ciganos) após
séculos de negação a nossa existência no território do Estado-nação. Pois, os
primeiros romani degredados de Portugal, registro oficial, data de 1562
[VASCONCELOS, Marcia; COSTA, Elisa. Datas de celebração e luta
pelos direitos dos Povos Romani (Ciganos); p.7]. E a cultura de um povo resistiu a todas as adversidades impostas
pela classe dominante por meio de Cartas de Leis, Decretos, Alvarás, Cartas
Régias, Leis e Decisões imperiais.
Resilientes, resistentes e sobreviventes em um Estado-nação
regido pela dinâmica política, econômica e social contínua de promoção da
desigualdade social e desrespeito a cultura dos povos étnicos - indígenas,
romani, africanos - existentes no país.
O que celebrar no Dia Nacional do Cigano quando
há identificados Romani entre as 341.048 pessoas infectadas pela doença COVID-19
e também entre as 21.682 mortes ocorridas em 23 maio?
O que celebrar no Dia Nacional do Cigano
quando nos deparamos com a fala que expressa o sentimento colonialista do
Ministro de Estado da Educação do governo brasileiro que defende uma única
cultura e um único povo no país:
“Odeio o termo ‘povos indígenas’, odeio esse termo.
Odeio. O ‘povos ciganos’. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não
quer, sai de ré. É povo brasileiro, só tem um. Pode ser preto, pode ser branco,
pode ser japonês, pode ser descendente de índio, mas tem que ser brasileiro,
pô! Acabar com esse negócio de povos e privilégios”. Vídeo da fala disponível em https://videos.bol.uol.com.br/video/weintraub-odeio-o-termo-povos-indigenas-quer-quer-nao-quer-sai-de-re-04024D99396AE4B96326
Nesse sentido, o dia 24 de maio de 2020 relembraremos
os feitos daquelas e daqueles que retornaram para casa. E continuaremos na
resistência àqueles que querem nos aprisionar em um mundo sem dignidade humana.
No Dia Nacional do Povo
Romani (ciganos), dia 24 de maio,
Não há poesia,
há existência,
resistência e sobrevivência.
Se fere a nossa existência: Resistimos.
Os governos passam e nós pertencentes ao Povo Romani permanecemos!
@AbrahamWeint, o senhor até pode nos odiar, não
podemos lutar contra os seus sentimentos. Mas, não deixaremos de ser POVO. Nós
resistimos ao #HoloKaustoRroma, o senhor não passa de fumaça, a história lhe
reservará o esgoto.
AMSK/Brasil