Projeto kalinka
na UnB
Nos
dias 3 à 8 de novembro de 2014, ocorreu na UnB a Semana Universitária, na qual
a AMSK/Brasil, apresentou o Projeto Kalinka como possível temática de
discussão. Com a parceria da UnBTV e do Decanato de Extensão da Universidade de
Brasília, foram realizadas várias atividades em todos os dias que compuseram a
Semana.
Durante
os dias 3 á 8 de novembro, na Biblioteca Central da Universidade de Brasília,
ficaram expostos banner da realidade do Povo Romani (ciganos), com a EXPOSIÇÃO
FOTOGRÁFICA - Brasil Cigano. Pelo ao menos seis turmas de escolas públicas estiveram por lá e a criançada pode ter uma aula de realidade.
Nos
dias 03 a 08 de novembro pudemos contar com a divulgação dos FILMES
DOCUMENTÁRIOS - Ciganos: Minha pátria é onde estão os meus pés, e Bodas
Ciganas. No dia 03 e no dia 05 de novembro Colóquio com os Diretores dos filmes
após a exibição. Ciganos: “Minha
pátria é onde estão os meus pés” Reportagem: Oussama El Ghaouri;
Imagem: André Rodrigo Pacheco; Produção: Débora Brito. Bodas Ciganas Direção e Roteiro: Delvair Montagner. Produção:
CPCE Universidade de Brasília, 1995.
Direção e Roteiro: Delvair Montagner.
Reportagem: Oussama El Ghaouri
Produção: Débora Brito.
A
OFICINA PROJETO KALINKA - Danças Ciganas: Saúde, Cultura e Cidadania,
apresentou durante o dia 04 de novembro, manhã e tarde; isso fez com que alunos
e professores das redes particular e pública de ensino; pudessem compreender a
dimensão da discriminação sofrida pelos Povos de etnia romani no Brasil e ter
contato com terminologias, datações e tradições que compõem um corpo variado de
atores, com suas variáveis étnicas e com sua riqueza cultural. TV Brasil -
programa Caminhos da Reportagem, exibição em 4 de Agosto de 2014.
O GRUPO SARA
KALÍ - ESPETÁCULO DE DANÇAS CIGANAS: Amé Le Rrom; apresentou o espetáculo de
dança após a finalização das oficinas. A dança pode e deve ser instrumento de
informação e não de estereótipo. Com esse foco o Grupo Sara Kalí de danças
ciganas já trabalha a mais de uma década, no combate ao estereótipo, a
marginalização e banalização das tradições históricas da dança como veículo de
informação.
No dia 05 de
novembro, a AMSK/Brasil e seus parceiros, Decanato de Extensão e UnBTV; realizaram
- CONFERÊNCIA
- Os Direitos Fundamentais dos Povos Ciganos do Brasil e puderam contar
com a presença Profa. Dra. Maria Inez Montagner, Diretora DDIR/DEX/UnB; Profa. Dra. Neuza Muller Maia, Diretora do CPCE/UnB; Elisa
Costa, Presidente da AMSK/Brasil; José Daniel Juarez Rolim, Calon; representante
de comunidades ciganas de etnia Calon de São Paulo, Coordenador de Direitos Fundamentais
da AMSK/Brasil e graduando de Direito; Dr. Carlos Alberto de Souza e Silva
Junior, Ouvidor Nacional da SEPPIR/PR; Dr. Edmundo Antonio Dias Netto Júnior,
Procurador Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC/MG); e do Dr. Luciano Mariz
Maia, Procurador Federal dos Direitos do Cidadão Adjunto (PFDC/MPF).
A mesa redonda
formada a partir dos convidados acima citados, objetivou contribuir para o
conhecimento da legislação vigente no país que garante os direitos fundamentais
dos povos romani (ciganos) do Brasil.
A Conferência
apresentou relatos de inquéritos civis públicos e de casos de enfrentamento à
discriminação étnica e racial com o objetivo de contribuir para a troca de
conhecimentos, experiências e boas-práticas em termos de organização e de construção
de políticas públicas, programas e ações de defesa dos direitos fundamentais
dos povos romani (ciganos) do Brasil.
Das dificuldades
enfrentadas pela PFDC até o marco histórico cultural, apresentado pelo Dr.
Edmundo – MPMG, com a conquista da regulamentação do território do Bairro São
Gabriel/MG e o tombamento cultural de seu modo de viver e ser. Da importância do
uso do Guia de Políticas Públicas para Povos Ciganos, produzido pelo governo
federal, através da SEPPIR/PR.
O apoio incondicional
do Decanato de Extensão (DEX/UnB) e da UnBTV, fazendo com que espaços de pesquisa sejam
abertos na Universidade, a fim de aprimorar e desmistificar conceitos
impeditivos de integração social foram abordados de maneira a construir
caminhos novos a serem traçados, no campo da pesquisa e dos estudos. Nesse
entendimento alguns alunos presentes; de mestrado e doutorado da Universidade e
de alunos estrangeiros, abriram a oportunidade na área da linguística,
pedagogia, história, saúde e direito para que essas pesquisas e estudos possam
ser alavancados de forma mais objetiva e realista, dentro e fora do país.
A participação do Ouvidor Nacional da SEPPIR/PR, trouxe a tona, que muitas atuações podem e devem
ser resolvidas de forma simples e lembrou questões em que foi garantido o
direito a escola, com um simples telefonema. Casos assim precisam de
direcionamento e temos enorme prazer em ajudar na construção de uma pauta,
ainda indefinida. A Ouvidoria da SEPPIR/PR tem recebido vários pedidos de ajuda
e tem se posicionado de acordo com sua abrangência e no sentido de auxiliar a
todos que a procuram, na resolução eficaz dos problemas.
Dr Carlos Alberto - Ouvidor nacional da SEPPIR/PR
O Sr. Daniel Rolim,
aproveitou para reforçar a necessidade do respeito entre as etnias, do
entendimento organizado e produtivo. Lembrou fatos e trechos difíceis dessa
caminhada e dos avanços legais dos últimos 2 anos. Lembrou também da importância
do decreto presidencial de 2006, que institui o Dia Nacional do Cigano e de
como essa pauta tinha que avançar justamente em assegurar a todos os ciganos –
sem distinção de etnia ou classe social, o direito a uma vida sem preconceito e
sem discriminação, seja na barraca ou na casa.
A presidente da
AMSK/Brasil, agradeceu o carinho incondicional de todos e relatou um pouco de
como essa trajetória se deu, até aquele momento. Do papel fundamental da
Ouvidoria da SEPPIR/PR que junto com a AMSK e outras organizações, apresentou as
denuncias a PFDC/MPF em agosto de 2012, fazendo com que vários estados se
manifestassem e a partir disso se iniciasse um diálogo. O Projeto Kalinka,
avançou no Distrito Federal e teve suas asas lançadas até o Paraná, relatando a
vitória da sociedade civil organizada junto com a Secretaria de Educação do
Estado do Paraná. Os avanços e conquistas na Bahia e em Minas Gerais, com o fortalecimento das comunidades e com o sonho de um trabalho conjunto que combatesse
a discriminação e o desconhecimento dos gestores públicos, sociedade como um
todo, judiciário, secretarias e órgãos de governo.
Isso é o Projeto Kalinka, distribuindo informação qualificada, pesquisas e dados científicos, a
fim de construir políticas públicas, fortalecendo as relações étnicas e
construindo estradas possíveis, num país de dimensão continental.
Dr. Inês (UnB), Calon José Daniel Rolim, Dr. Edmundo Netto (MPMG)
Por fim, ao
fazermos o balanço geral da Semana Universitária da UnB/2014, coube-nos a grata
sensação de realidade e dever cumprido. Abrir caminhos que ainda estavam
obscurecidos pela ignorância, trazer à tona as diferentes comunidades e seu
modo de entendimento sobre si mesmo e sobre sua vida. Com o senso de valor
cumprido, a AMSK/Brasil segue em frente, respaldada pela certeza do caminho que
vem traçando junto ao Governo Federal, Gestores, Sociedade Civil e outros, a
fim de contribuir efetivamente na construção de Políticas Públicas e na
melhoria de vida das populações de etnia romani (ciganos) no Brasil.