02 de agosto de 2025
Conta a quase lenda, que ninguém morreu naqueles dias;
Que o sangue não escorreu e nem as fazendas
existiram...nem porcos e nem repolhos.
Depois subtraíram os números e os nomes...
Alguns usam os nomes, desesperadamente por um
reconhecimento que beira a loucura...
Depois a guerra de gênero ... de protagonismo ...
Do outro lado do mundo, os jovens se encontram para
não esquecer e aprender sobre a história;
Do lado de cá, alguns tentam se fantasiar e assumir os
mortos a troco de uns tostões ... sem jamais terem noção do que seja.
É a velha história dos que querem ressignificar o que
sequer aprenderam que o Barô Mudaripên aconteceu.
Segue o fio...
Conta a quase lenda que é possível que existam mais do
dobro de mortos. Nós acreditamos nas lendas.
É preciso pensar a antropologia de forma humanizada e os
mecanismos de proteção de forma universal. Já pensaram que todo mundo gosta de
um celular, de uma conta nas redes para lacrar e sempre o fazem ou com a figura
de uma mulher ou com o uso da sedução e da magia?
Hipersexualização e exotização femininas ...
E aí os incautos acreditam nas saias de metros, saltos altos,
joiás e estilos variados, que modificam a base dos fatos. E é preciso relembrar
que o passado voltou. Que ainda não conseguimos sequer contar o que aconteceu e
o que se deu. Que o passado assombra cotidianamente os dias atuais e futuros.
Por isso no mês de agosto vamos lançar cinco publicações/trabalhos
que nos enchem de orgulho, pela dedicação e esforço de todas (os) as
participantes:
o * O
“Inspira” – Livro: onde pessoas escrevem o que as inspirou a seguirem no
caminho, na escola e na vida;
o *O
“Le Papucha Kalinka” – que terá 2 rodas de conversa on line, para contar a
experiencia in lócuo das resistências, museus e campos de extermínio dos Roma e
Sinti;
o *O
Relatório Brasil sobre os 80 anos do Holocausto Roma e Sinti;
o *Um
olhar sobre a primeira Infância romani/cigana;
o *Relatório:
“Trilhas da Saúde”.
Assim cumprimos nosso compromisso institucional de espalhar
conhecimento e ir construindo essa imensa colcha de retalhos chamada humanidade.
Se alguns querem lutar pelo estado mínimo das coisas, tudo
bem, mas nós queremos as universidades e as cotas, queremos ser respeitadas(os)
onde quer que moremos e seja qual for o trabalho que viermos a escolher. Queremos
sim as raízes ... múltiplas e com isso o respeito a transnacionalidade.
São trabalhos reais e a busca incansável pelo direito da “Escuta
prévia, livre, informada e de boa fé”, assim como a “Escuta culturalmente
adequada” de nossas mulheres e crianças em especial.
No dia 02 de agosto de 2025 vamos ascender o candeeiro, fazer
as cerimônias que se seguem a mais de 80 anos e conversar sobre a globalização,
o racismo institucional – o anticiganismo e a romafobia e o analfabetismo
funcional. E claro, vamos nos abraçar forte e redobrar nossa convicção dik na
bister.
Nossas notas são desobedientes porque não aceitamos tutela do
estado, nem da academia e jamais a exploração e o uso do termo Holocausto e
nesse caso: “Holocausto Roma e Sinti”.
Quando abrimos as portas das nossas casas para a
globalização, precisamos estar atentos que o mundo também entrará em nossas
casas.
Por um mundo que respeite nossas infâncias #DromHumanitary
Por um mundo onde o Barô Mudaripên nunca mais aconteça
#DikNaBister
Por um mundo onde nenhum genocídio seja visto em tempo real,
nem na Palestina, nem na Amazônia, nem em nenhum país ou lugar, que nos matem
pela etnia ou pela cor da pele ou por simples mediocridade humana.
Os nossos mortos, trazemos conosco.
Dik na bister/2025