O susto, a dor e a tempestade.
Dia 20 de janeiro de 2025
O susto.
O susto provoca a reação do riso nervoso, do medo, da
revolta... palpita o coração, dá aquela sensação de indignação... gargalhadas e
aquela sensação de que a coisa foi maior do que o esperado. Não estamos falando
de reações ingênuas. Não. Entretanto, as situações que extrapolam até o pior do
que já esperávamos.
No canto da sala, alguém diz: "Ainda bem que temos um
presidente soberano e não um capacho, já pensou?"
Mas aí a gente já começa a pensar nos desdobramentos e pensa:
"Vai dar merda" e vai. Podem apostar.
Em um breve discurso, conseguiu mudar o nome do Golfo do
México (risos), mexer com a Groenlândia e o Canal do Panamá. Depois, retirou
direitos constitucionais e, como em um delírio clássico do autoritarismo
fascista, bagunçou gênero, raça, etnia e minoria. E o país construído por
imigrantes anuncia guerra aos imigrantes. Fala por uma nação e ainda por cima
possui uma amnésia seletiva sobre números, história, memória e mortes. A
autossuficiência de déspotas camuflados de presidentes escreve em letras garrafais
em pleno ano de 2025: "Voltemos ao calabouço".
Caindo todas as fichas, vem em seguida a dor.
O choro. De quem, por algum motivo pessoal, nesse momento
terá sua vida destruída pelo capricho branco do mercado, das armas e do poder.
O mundo sozinho aprende mais rápido... mas quando a maior economia do planeta
resolve brincar de Deus, a coisa descamba. Para piorar, importam os garotos
mimados de sapatênis que viajam com dinheiro público para participarem de
cerimônias que não foram convidados e para celebrações da extrema direita, onde
quem pensa fica de fora e quem ruge é considerado rei. Vai vendo... e só uma
mulher teve a coragem de falar tudo o que pensava nas fuças da criatura. Palmas
para a bispa. A partir de hoje, podem invadir, depredar e vandalizar, o governo
aplaude. Podem também usar tudo da natureza à vontade, porque na loucura insana
dos narcisistas, o universo é seu jardim das ilusões e o restante é apenas uma
fazenda de formigas. Eis que a caneta assina aquilo que nem o papel e a tinta
possuem autonomia da própria criação. Que o mundo imaginário da comunicação que
salva vidas agora despreza e ameaça a humanidade.
E por fim, chega à tempestade, que sempre chega, independente
do opressor. Ela nasce pequena, resoluta e verdadeira. Brota exatamente da
indiferença e faz sua jornada entre as cartas não cumpridas e as vidas não
vividas. Todo império caiu... profecia? Não. História. Memória. A estátua da
liberdade hoje se encolheu e quem sabe até afunde, mas quem morrerá no caminho?
Tempos desnecessários estão chegando.
A saudação nazista feita pelo dono do Twitter, Elon Musk, é
especialmente preocupante e é vista por nós como um sinal de que a plataforma despreza
a questão do discurso de ódio e da violência online.
É importante lembrar que as palavras e ações dos líderes têm
consequências e podem influenciar a cultura e o ambiente das plataformas. Se os
líderes não estão sendo claros ou consistentes em sua oposição, contrários à
supremacia branca e ao discurso de ódio, isso cria um ambiente em que esses
tipos de comportamentos sejam tolerados ou até mesmo encorajados.
Tudo começou com discursos ... não podemos esquecer disso.
https://www.amsk.org.br/imagem/publicacao/Publicacao17_AMSK-2024-oano2016quenaotevefim.pdf
Além disso, a AMSK/Brasil tem trabalhado para promover a
igualdade e a justiça social, o que inclui a luta contra o discurso de ódio e a
intolerância. Érico Veríssimo, um escritor brasileiro, já disse que "o
oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença", o que pode ser
relacionado à luta contra o discurso de ódio e a importância de promover a
empatia e a compreensão.